sexta-feira, 5 de abril de 2013

Gibson tribute 50


Les paul Studio do meu amigo Ricardo Silveira. É uma série mais simples da Gibson, acabamento com menos tinta e verniz, tem um aspecto mais rústico e sem muitos detalhes como frisos e aquele brilho característico do nitrocelulose em varias camadas. É um instrumento bem leve e confortável de se fazer uma gig de várias horas. Como quase todas as Gibsons que têm saído, ela é "chambered", ou seja, possui cavidades internas.

O Ricardo apareceu aqui na oficina com essa guita e com uma pulga atrás da orelha. Uma não, uma criação de pulgas que não tavam deixando ele dormir direito. Essa guitarra vem equipada de fábrica com um pickup 490R na posição do braço e com o 498T na ponte. Ele se queixava que estava impraticável a mudança de um captador pro outro.

Achei a princípio que seria cisma, exagero da parte dele mas qdo ligamos a guitarra entendi a agonia. O 490R é um captador de alnico2, é um captador com bastante grave mas com saída de um PAF mais vintage. Já o 498T é feito em alnico5, tem mais mais "output" mas o som é bem magro em relação ao outro. Quando comutamos do braço pra ponte parece que o som da guitarra sumia, sem gordura, sem graça... Sinceramente nunca tinha observado isso em outras gibsons mas talvez o ouvido da gente as vezes fique meio viciado e só com o tempo as impressões reais vão surgindo.

Daí então sugeri ao Ricardo que procurássemos um captador pra ponte que casasse melhor com o 490R, pois esse já agradava. Dei algumas sugestões mas deixei o pai da criança à vontade e ele começou a pesquisar.

Leitura vai, leitura vem, ele simpatizou com o Dimarzio D activator, viu alguns videos e decidiu comprar. Eu sinceramente fiquei um tanto receioso, além de não conhecer, o captador era cerâmico, saída alta e a uma das propagandas era que soava como um ativo no corpo de um passivo, achei um tanto fantasioso. Mas a gente não pode se prender demais a "dogmas guitarristicos", tudo é pesquisa e novos conhecimentos.

Ricardinho meteu bronca, comprou o pickup e instalei. E ficou um sucesso! a guitarra agora é o xodó do cara, hehehehe. Muita gente torceria o nariz pela escolha, mas confesso que fiquei surpreso com o resultado, agora o casamento dos pickups ficou muito bom, o captador tem o timbre bem mais equilibrado e o volume também está excelente. É cerâmico... e daí???

A lição é: Tente usar os seus ouvidos e criar o seu gosto pessoal! pesquise, escute... Tem muita gente, sites especializados, que falam bonito e tem bastante conhecimento mas tentam empurrar uma verdade absoluta. Cada um tem o seu ouvido, seu gosto pessoal. Se existissem timbres e equalizações perfeitas, cada marca teria um único modelo de captador e o tone stack dos amps viria com os potenciômetros soldados!

PS: além do captador trocado a guitarra foi regulada, com ação baixa e cordas d'addario 010 e teve os trastes polidos.










2 comentários:

Ulisses Lima disse...

Olá amigo!!Primeiramente parabéns pelo blog!Fui "apresentado" pelo blog ontem por um amigo nosso em comum o Vitor Tavares, tbem luthier.

O que vc fala em relação aos captadores é a mais pura verdade, um exemplo aconteceu comigo recentemente:

Eu utilizo a pelo menos 3 anos os captadores Sergio Rosar e sempre utilizava os modelo com Alnico 5 ( Rock King =JB e o Supershred ( Mistura de Superdistortion + Fullshered (alnico 5 tbem)

Resolvi testar um captador com imã cerâmico na ponte: modelo Punchbucker (Cerâmico)

E pra minha surpresa foi o captador de ponte que mais gostei!!Limpo, defino, articulado e agressivo ao mesmo tempo!!!! Como vc flw, o que vale é o ouvido!!

Mais uma vez parabéns pelo excelente trabalho!!

Petrônio Malheiros; disse...

É isso aí, Ulisses! O joão vitor é gente finíssima e um cara talentoso! E a sua experiência é prova viva. Se foi o resultado que vc mais curtiu o assunto morre, independente do que se lê ou que os outros falarem, não é mesmo? Muito obrigado pela contribuição e pelo elogio! grande abraço