E falando de instrumentos, aonde isso se aplica?
Ao meu ver a própria indústria depois da criação dos grandes modelos standard na década de 50 (basicamente Gibson e Fender) passou a copiar os mesmos mas com algumas pequenas mudanças a fim de não se complicarem com as patentes (outros copiaram tudo na cara dura). É um captador diferente, um formato do headstock, uma curva a mais, o comprimento da escala diferente e por aí vai. Fica difícil saber até aonde as mudanças foram por fins realmente evolutivos ou apenas para diferenciar as marcas mas o que importa é que muita coisa foi se diferenciando e de fato evoluindo.
Mesmo assim o mercado consumidor é absurdamente grande e as pessoas no mundo capitalista sentem a necessidade de se diferenciar entre elas, mesmo que por detalhes. Instrumentos como guitarras/baixos são objetos de desejo(esposas de músicos sabem bem disso e adoram, pra não dizer o contrário)e muito pessoais então foi natural o hábito de colocar a própria cara, até por que são instrumentos que possibilitam facilmente mudanças.
No visual de uma guitarra se pode modificar a pintura (sólida, translucida, sunburst...) cor do escudo, dos knobs... E apareceu ainda a onda "relic" que seria dar uma cara de muitos anos de surra na estrada mesmo numa guitarra nova.

Estruturalmente se pode mudar shape do corpo, da pegada do braço, raio de curvatura da escala, medida dos trastes, tipo de captador, tarrachas com trava. As possibilidades de combinações são enormes.
E vale a pena?
Essa é uma resposta difícil de dar por que é uma opinião que leva em conta varias variáveis, cada caso deve-se pensar. Geralmente não é muito comum fazer mudanças em instrumentos caros, top de linha. Não digo que por que não dá pra fazer mas sim pelo valor financeiro que numa futura venda pode fazer diferença e dependendo da customização, para menos. Pintar uma John Suhr, por exemplo não é um trabalho pra qualquer um e se for algo mal feito pode-se fazer o instrumento perder alguns mil reais. Colocar um floyd numa Gibson (chega dói meu coração) pode fazer você passar o resto da sua vida com sua guitarra ou ter a sorte de encontrar outro louco, hehehe. Mas algumas mudanças são para melhor funcionamento e outras totalmente reversíveis.
Um instrumento barato também tem suas questões. Uma troca de trastes chega facilmente ao valor de um instrumento de iniciantes, por exemplo. Às vezes acontece de chegar um cliente dizendo "quero trocar os trastes, pintar o corpo, botar captador tal e blindar a guitarra, qto fica?" eu: "ok, fica X reais." cliente:" ave maria! dá pra comprar duas novas!" eu:" é verdade, por isso é melhor você pensar se não seria mais interessante comprar uma mais próxima do que você procura ou apenas fazermos o mais urgente". Já outros mesmo sabendo disso investem o que for preciso.
Resumindo, caso não tenha um bom conhecimento pergunte a opinião do seu luthier sobre o seu instrumento: se pode perder valor de mercado caso seja um instrumento caro, se está com um bom funcionamento (principalmente o braço, pra mim é a parte crítica), se tem boa estrutura pra receber as modificações e - principalmente - se o que imagina atingir condiz com a realidade. Mas quase sempre tem algo que se pode melhorar e muitas vezes até se gastando bem pouco.
Uma dica pra visualizar uma mudança na sua guita, criar um modelo personalizado ou só passar um tempo brincando é esse site: http://www.nymphusa.com/tele/yswtct-kisekae-e.asp#Kisekae%20VIM%20System
Só tome cuidado pra não perder um dia todo brincando com isso por que já aconteceu comigo...
Grande abraço!
Nenhum comentário:
Postar um comentário